sexta-feira, 31 de julho de 2009

O Trovão dos Lagos (escrito em maio de 2008)

No mês de janeiro de 2008, em Búzios, uma reunião congregava vários caciques para discutir as diretrizes regionais daquele partido político. Muitos militantes e pré-candidatos, entre vereadores, prefeitos, deputados estaduais, federais, e outras personalidades, colocavam suas posições, enquanto lá fora, nuvens negras anunciavam o desfecho costumeiro de uma tarde quente de verão.

A temperatura ambiente subia ainda mais com o calor das discussões, e as importantes falações se encaminhavam para um desfecho não muito agradável. Quando o deputado federal Alexandre Cardoso pegou o microfone, muitos participantes, inconscientemente, levaram suas mãos às orelhas, prevendo que os puxões seriam firmes e sem perdão, como a tempestade que se anunciava no céu escuro do balneário de fama mundial.

Após algumas frases metralhadas sem parar, o deputado federal respirou profundamente, lançando um silêncio inquietante na sala, numa pausa que preconizava o trágico desfecho. Mas, de repente, um estrondo rasgou o ar pesado da reunião, similar a um longo trovão gaguejante. Seria o começo da tempestade de verão?

Um odor peculiar desmentia a chuva e se misturava às gargalhadas no turbilhão de olhares à procura do responsável pelo fantástico petardo gaseificado. No fundo da sala, confissão estampada no rosto, o vereador Marquinho da Trecu’s, de São Pedro da Aldeia, levantou suas mãos amarelas suplicando o perdão dos companheiros. Nem Alexandre Cardoso ou qualquer outro cacique do Partido Socialista Brasileiro conseguiu concluir suas cobranças contundentes após aquele impressionante flato sonoro. E a reunião política acabou em festa, com muito risos e alegria. Viva o vereador aldeense e a sua trovoada socialista!

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