quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Traficantes da Região dos Lagos são denunciados pelo MPRJ

  Vinte pessoas foram denunciadas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro e tiveram a prisão preventiva decretada por envolvimento com o tráfico de drogas em São Pedro da Aldeia, na Região dos Lagos. A quadrilha era liderada pelo traficante Eduardo dos Santos Silva Neves, o Macaco-Aranha, preso no Complexo do Alemão durante a megaoperação policial de novembro de 2010.
  De acordo com o inquérito da 125ª DP (São Pedro da Aldeia), em que se baseia a denúncia, Macaco-Aranha era o líder da quadrilha e responsável pelo envio de drogas principalmente para o Morro dos Milagres, no bairro Estação, e adjacências. Ele infiltrou diversos outros traficantes na região, para revender maconha e cocaína. A investigação aponta que o criminoso, que vivia na capital, foi a São Pedro diversas vezes para fiscalizar as atividades da quadrilha, recolher dinheiro e até matar um rival.
  A denúncia, oferecida pela Subcoordenadoria Cabo Frio/Macaé do GAECO, ressalta que a quadrilha detinha armas e agia com violência para impor medo aos moradores das comunidades. Os denunciados Macaco-Aranha e Marcus Paulo dos Santos Silva, o Marcola, já respondem a uma ação penal por terem assassinado, em outubro de 2010, com 12 tiros pelas costas, o miliciano Daniel Charles de Carvalho, do Comando Chico Bala. A vítima resistia à invasão da quadrilha de Macaco-Aranha ao Morro dos Milagres.
  A remessa dos entorpecentes era feita principalmente por Fábio Octávio Ferreira de Barros, o FB, e Fabrício Alves de Almeida, o Billy. Eles usavam um táxi para fazer o transporte. Laércio Rangel Grubano, primo de Macaco-Aranha, e Luiz Paulo Neto de Souza, o Do Porto, recebiam e armazenavam a droga em suas residências, de onde era repassada para outros revendedores.

Na foto Fabrício Alves Almeida, de 21 anos, taxista acusado de ligação com traficantes do Complexo do Alemão, no Rio.




  De acordo com a denúncia, a audácia do bando teria chegado ao ponto de Macaco-Aranha e Marcola terem ligado para um Policial Militar dizendo que acompanhavam a rotina dos PMs e poderiam assassinar quem eles quisessem.

Migração do crime

  A ação penal ressalta a migração de criminosos da capital fluminense para o interior do Estado. "Com a instalação das UPPs, expulsos das comunidades da Cidade do Rio de Janeiro buscaram se estabelecer em comunidades do interior, pretendendo criar os mesmos esquemas hediondos", diz a denúncia. "Alijado de seus domínios territoriais, ele [Macaco-Aranha] acabou por se esconder, primeiro, no Complexo do Alemão, e dali buscou expandir suas atividades ilícitas para esta cidade [São Pedro da Aldeia], concentrando-as, eliminando concorrentes, arregimentando outros malfeitores e impondo a política do terror e do medo à população".
  A denúncia foi recebida pela 2ª Vara da Comarca de São Pedro da Aldeia, que decretou as prisões. Os denunciados responderão pelo crime de associação para o tráfico de drogas. Dos 20 acusados, 17 estão presos, em virtude de prisão temporária anteriormente decretada, prisões em flagrante ou preventivas em outros feitos. FB, Marcola e Julio César estão foragidos.

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