segunda-feira, 24 de agosto de 2009
Convenção do PT - Junho 2008
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domingo, 23 de agosto de 2009
2008 - Eleição a prefeito de São Pedro da Aldeia
Escrito em 5 de outubro de 2008
A eleição a prefeito de 2008 teve novas regras para, segundo a Justiça, tentar diminuir a influência do poder econômico. Se a proibição de out-doors, boca-de-urna e dos showmícios permitia que os candidatos sem recursos financeiros ficassem (teoricamente) em condições de igualdade nesses “quesitos”, quem dispunha de mais verbas pôde utilizar outras formas de propaganda como adesivamento de carros, placas diversas, bandeiras, carros de som, “pesquisas”, impressos (incluindo folhetos, santinhos, jornais e plano de governo), carreatas, programas eleitorais de rádio e TV, para divulgar suas mensagens e demonstrar a força e o peso de sua campanha aos eleitores. Destaca-se, positivamente, a campanha da Justiça Eleitoral no rádio e na TV sobre a importância do voto. Porém, ela não corrigiu a injustiça da permissão de participação do pleito dos candidatos ficha-suja.
Em São Pedro da Aldeia, a falta de TV, a audiência relativa das duas rádios locais, a falta de debates e os parcos recursos financeiros de pelo menos dois candidatos (12 e 13) garantiram a tranqüilidade das eleições, mas não permitiram à população conhecer devidamente as propostas, os conceitos e as questões fundamentais da disputa, fato que gerou uma certa apatia dos eleitores aldeenses com o pleito municipal.
As campanhas
Em todas as campanhas foi possível encontrar erros e falta de iniciativa das coligações em disputa. Vamos aqui apontar algumas das mais importantes, em nossa concepção. E, por participar da campanha de uma dessas coligações, creio ser possível avaliar, mais detalhadamente, a campanha do candidato Chumbinho 13.
A campanha do candidato do PMDB, Carlindinho 15, teve mais estrutura, recursos, maior volume, melhor comando e uma boca-de-urna descarada, garantida pela completa omissão do TRE. Apesar de sua coordenação ter cometido um erro conceitual grave, “por sorte” ele não foi muito explorado pelos seus adversários.
Uma importante pesquisa qualitativa feita pelo IBOPE para definir o conceito geral da campanha e o discurso do candidato 15 parece ter negligenciado a seleção das pessoas contratadas. Pessoas “comprometidas” com o candidato deram respostas irreais sobre o governo anterior do candidato e, outros contratados para a pesquisa, talvez com medo de retaliação, não tiveram coragem para falar o que realmente pensavam.
O resultado foi o infeliz slogan principal da campanha: “Carlindinho fez, Carlindinho faz” que abria a guarda para o seu principal ponto fraco e poderia ter jogado por terra todo o esforço da coligação Respeite São Pedro (outra denominação infeliz) caso os adversários soubessem explorar devidamente essa deficiência. Afinal, quem morou na cidade, de 1997 a 2000, sabe que Carlindinho fez um péssimo governo e foi considerado pela revista Isto é, em 2000, o segundo pior prefeito do Rio de Janeiro.
Inicialmente, Carlindinho não deu a importância devida ao rádio, repetindo alguns programas eleitorais onde lia seguidamente suas propostas de governo. Mas esse erro foi sanado parcialmente, depois, com a utilização dos programas e comerciais para tentar, inclusive, corrigir o erro conceitual primário de sua campanha, relatando as ações que ele “teria feito” em seu governo.
Comparando a música dos candidatos podemos dizer que tanto Carlindinho quanto Chumbinho conseguiram fazer os melhores jingles. Porém, a música de Carlindinho, ao bater constantemente o conceito de que “ele fez e que faz” dava margem a uma resposta (a conhecida música “não fez nada, não fez nada”, do Tiririca) que, porém, não foi, praticamente, utilizada pela campanha de Chumbinho, por conta de uma “dissidência na coordenação” que convenceu o candidato a evitá-la. Já a música de Iédio Rosa não conseguiu empolgar o povo e, por ter “a cara” do “PDT naftalina”, reforçou um conceito que ele deveria ter escondido e não ressaltado.
A Campanha de Iédio Rosa 12 (PDT) não deu a mínima importância aos programas eleitorais no rádio, o que foi um grave erro. O candidato fez apenas um único e monótono programa durante todo o período eleitoral que repetiu constantemente sua baixa qualidade, reforçando o conceito de um candidato obsoleto e avesso à tecnologia e à comunicação. De baixo custo de produção, os programas de rádio não poderiam ter sido negligenciados dessa maneira. De positivo, o corpo-a-corpo incansável do candidato do PDT, em busca do voto de seus antigos e possíveis novos eleitores.
A coordenação de Iédio Rosa demorou a perceber e “responder” a um dos conceitos da campanha de Chumbinho 13 que insistia no mote “candidato ficha-limpa”. Somente no final de setembro Iédio Rosa fez mensagem dizendo que ele também era ficha-limpa. Como Carlindo era o candidato ficha-suja e Chumbinho o ficha-limpa, para o povo, se Iédio não se dizia ficha-limpa perdia a oportunidade de se colocar diretamente contra Carlindinho e ainda deixava parecer que também tinha a ficha-suja.
A Campanha de Chumbinho 13 teve como conceito a “renovação” política (com responsabilidade e transparência). Tão importante quanto esse conceito era colar o nome de Chumbinho ao mais importante cabo eleitoral da atualidade: o presidente Lula, o que foi feito constantemente.
A reação de Carlindo foi anunciar o apoio do governador Sérgio Cabral que quebrou o acordo com o presidente e gravou um depoimento de apoio específico a Carlindo Filho.
A campanha de Chumbinho utilizou plenamente o rádio colocando no ar um programa eleitoral diferente a cada dia. Desde o início, os comerciais diários, de 30 segundos, negligenciados pelos outros candidatos, foram utilizados constantemente para divulgar os conceitos da campanha de Chumbinho 13. Um quadro cômico (Papo de Comadre), usando dois personagens (duas comadres), apresentou com humor os problemas das candidaturas de Carlindo Filho e Iédio Rosa, respectivamente apelidados de “nada-nada-fez” e “Tédio Rosado”.
Os erros que “custaram” a “derrota” de Chumbinho 13
Foram muitos os erros que comprometeram a campanha de Chumbinho.
1) “Parte da coordenação” convenceu o candidato a não exibir um vídeo contundente que mostrava de forma irrefutável o fiasco do governo Carlindo Filho de 1997 a 2000.
2) O candidato não quis contratar uma pesquisa para demonstrar o que já se sabia: Iédio Rosa estava em último lugar e Chumbinho seria a única opção para vencer Carlindo, fomentando o voto útil, decisivo para a sua vitória.
3) O candidato retirou das ruas a mensagem que dizia que Carlindo era ficha-suja e estava impugnado pela Justiça Eleitoral.
4) A música “não fez nada, não fez nada”, do Tiririca, também não foi utilizada por decisão do candidato e de uma “parte da coordenação” que evitava a todo custo carimbar o candidato do PMDB como ficha-suja.
Várias ações, ainda, foram abortadas por falta de experiência e ação, excesso de autoritarismo e prepotência do candidato Chumbinho, e também pela limitação de recursos ou emprego errado desses mesmos recursos que ficaram, de forma equivocada, sob a gerência única do candidato.
Apontamos, ainda, como errada a atuação de “parte da coordenação” que conseguiu evitar, o tempo todo, o ataque a Carlindo e insistiu no embate visceral a Iédio Rosa (movido por querelas pessoais) e que, inclusive, deu margem a processo criminal* contra o então candidato ficha-limpa, manchando o conceito construído desde o início da campanha.
(*o caso da carta contra Iédio Rosa “assinada” por Chumbinho)
À suposta “coordenação da campanha”, representada, principalmente, pelos presidentes dos cinco partidos faltou união, inteligência e ação para contornar o totalitarismo e o distanciamento do candidato que evitava participar das reuniões de campanha e “tomou para si” a gestão da fase final da campanha.
Meu palpite para o resultado: de um total de 51856 eleitores, tirando os ausentes (cerca de 15%) Carlindo deverá ser eleito com aproximadamente 17 mil votos, 41% dos votos válidos (se esses chegarem a 41 mil votos, excluídos os brancos e nulos).
Chumbinho deverá ser o segundo colocado com 35% dos votos válidos, aproximadamente 14 mil votos, e Iédio Rosa será o último colocado, com 24% dos votos, aproximadamente 10 mil votos.
Desde o início, os participantes da campanha de Chumbinho apostaram na renovação e na rejeição a Carlindo, como pontos que dariam a vitória ao candidato do PT. E garantiam, inclusive, que Chumbinho só perderia a eleição para ele mesmo.
E, ao final, foi exatamente isso que aconteceu. A inexperiência e a atitude desmotivadora e autoritária do candidato, a aplicação errada dos recursos financeiros, a inércia, a falta de visão e as ações “estranhas” de “parte da coordenação da campanha” fizeram Chumbinho chegar em segundo lugar.
Ricardo Cox - São Pedro da Aldeia, 05 de outubro de 2008.
O resultado oficial: Carlindo 16323 votos Chumbinho 14302 votos Iédio Rosa 9602 votos (40227 votos válidos)
A eleição a prefeito de 2008 teve novas regras para, segundo a Justiça, tentar diminuir a influência do poder econômico. Se a proibição de out-doors, boca-de-urna e dos showmícios permitia que os candidatos sem recursos financeiros ficassem (teoricamente) em condições de igualdade nesses “quesitos”, quem dispunha de mais verbas pôde utilizar outras formas de propaganda como adesivamento de carros, placas diversas, bandeiras, carros de som, “pesquisas”, impressos (incluindo folhetos, santinhos, jornais e plano de governo), carreatas, programas eleitorais de rádio e TV, para divulgar suas mensagens e demonstrar a força e o peso de sua campanha aos eleitores. Destaca-se, positivamente, a campanha da Justiça Eleitoral no rádio e na TV sobre a importância do voto. Porém, ela não corrigiu a injustiça da permissão de participação do pleito dos candidatos ficha-suja.
Em São Pedro da Aldeia, a falta de TV, a audiência relativa das duas rádios locais, a falta de debates e os parcos recursos financeiros de pelo menos dois candidatos (12 e 13) garantiram a tranqüilidade das eleições, mas não permitiram à população conhecer devidamente as propostas, os conceitos e as questões fundamentais da disputa, fato que gerou uma certa apatia dos eleitores aldeenses com o pleito municipal.
As campanhas
Em todas as campanhas foi possível encontrar erros e falta de iniciativa das coligações em disputa. Vamos aqui apontar algumas das mais importantes, em nossa concepção. E, por participar da campanha de uma dessas coligações, creio ser possível avaliar, mais detalhadamente, a campanha do candidato Chumbinho 13.
A campanha do candidato do PMDB, Carlindinho 15, teve mais estrutura, recursos, maior volume, melhor comando e uma boca-de-urna descarada, garantida pela completa omissão do TRE. Apesar de sua coordenação ter cometido um erro conceitual grave, “por sorte” ele não foi muito explorado pelos seus adversários.
Uma importante pesquisa qualitativa feita pelo IBOPE para definir o conceito geral da campanha e o discurso do candidato 15 parece ter negligenciado a seleção das pessoas contratadas. Pessoas “comprometidas” com o candidato deram respostas irreais sobre o governo anterior do candidato e, outros contratados para a pesquisa, talvez com medo de retaliação, não tiveram coragem para falar o que realmente pensavam.
O resultado foi o infeliz slogan principal da campanha: “Carlindinho fez, Carlindinho faz” que abria a guarda para o seu principal ponto fraco e poderia ter jogado por terra todo o esforço da coligação Respeite São Pedro (outra denominação infeliz) caso os adversários soubessem explorar devidamente essa deficiência. Afinal, quem morou na cidade, de 1997 a 2000, sabe que Carlindinho fez um péssimo governo e foi considerado pela revista Isto é, em 2000, o segundo pior prefeito do Rio de Janeiro.
Inicialmente, Carlindinho não deu a importância devida ao rádio, repetindo alguns programas eleitorais onde lia seguidamente suas propostas de governo. Mas esse erro foi sanado parcialmente, depois, com a utilização dos programas e comerciais para tentar, inclusive, corrigir o erro conceitual primário de sua campanha, relatando as ações que ele “teria feito” em seu governo.
Comparando a música dos candidatos podemos dizer que tanto Carlindinho quanto Chumbinho conseguiram fazer os melhores jingles. Porém, a música de Carlindinho, ao bater constantemente o conceito de que “ele fez e que faz” dava margem a uma resposta (a conhecida música “não fez nada, não fez nada”, do Tiririca) que, porém, não foi, praticamente, utilizada pela campanha de Chumbinho, por conta de uma “dissidência na coordenação” que convenceu o candidato a evitá-la. Já a música de Iédio Rosa não conseguiu empolgar o povo e, por ter “a cara” do “PDT naftalina”, reforçou um conceito que ele deveria ter escondido e não ressaltado.
A Campanha de Iédio Rosa 12 (PDT) não deu a mínima importância aos programas eleitorais no rádio, o que foi um grave erro. O candidato fez apenas um único e monótono programa durante todo o período eleitoral que repetiu constantemente sua baixa qualidade, reforçando o conceito de um candidato obsoleto e avesso à tecnologia e à comunicação. De baixo custo de produção, os programas de rádio não poderiam ter sido negligenciados dessa maneira. De positivo, o corpo-a-corpo incansável do candidato do PDT, em busca do voto de seus antigos e possíveis novos eleitores.
A coordenação de Iédio Rosa demorou a perceber e “responder” a um dos conceitos da campanha de Chumbinho 13 que insistia no mote “candidato ficha-limpa”. Somente no final de setembro Iédio Rosa fez mensagem dizendo que ele também era ficha-limpa. Como Carlindo era o candidato ficha-suja e Chumbinho o ficha-limpa, para o povo, se Iédio não se dizia ficha-limpa perdia a oportunidade de se colocar diretamente contra Carlindinho e ainda deixava parecer que também tinha a ficha-suja.
A Campanha de Chumbinho 13 teve como conceito a “renovação” política (com responsabilidade e transparência). Tão importante quanto esse conceito era colar o nome de Chumbinho ao mais importante cabo eleitoral da atualidade: o presidente Lula, o que foi feito constantemente.
A reação de Carlindo foi anunciar o apoio do governador Sérgio Cabral que quebrou o acordo com o presidente e gravou um depoimento de apoio específico a Carlindo Filho.
A campanha de Chumbinho utilizou plenamente o rádio colocando no ar um programa eleitoral diferente a cada dia. Desde o início, os comerciais diários, de 30 segundos, negligenciados pelos outros candidatos, foram utilizados constantemente para divulgar os conceitos da campanha de Chumbinho 13. Um quadro cômico (Papo de Comadre), usando dois personagens (duas comadres), apresentou com humor os problemas das candidaturas de Carlindo Filho e Iédio Rosa, respectivamente apelidados de “nada-nada-fez” e “Tédio Rosado”.
Os erros que “custaram” a “derrota” de Chumbinho 13
Foram muitos os erros que comprometeram a campanha de Chumbinho.
1) “Parte da coordenação” convenceu o candidato a não exibir um vídeo contundente que mostrava de forma irrefutável o fiasco do governo Carlindo Filho de 1997 a 2000.
2) O candidato não quis contratar uma pesquisa para demonstrar o que já se sabia: Iédio Rosa estava em último lugar e Chumbinho seria a única opção para vencer Carlindo, fomentando o voto útil, decisivo para a sua vitória.
3) O candidato retirou das ruas a mensagem que dizia que Carlindo era ficha-suja e estava impugnado pela Justiça Eleitoral.
4) A música “não fez nada, não fez nada”, do Tiririca, também não foi utilizada por decisão do candidato e de uma “parte da coordenação” que evitava a todo custo carimbar o candidato do PMDB como ficha-suja.
Várias ações, ainda, foram abortadas por falta de experiência e ação, excesso de autoritarismo e prepotência do candidato Chumbinho, e também pela limitação de recursos ou emprego errado desses mesmos recursos que ficaram, de forma equivocada, sob a gerência única do candidato.
Apontamos, ainda, como errada a atuação de “parte da coordenação” que conseguiu evitar, o tempo todo, o ataque a Carlindo e insistiu no embate visceral a Iédio Rosa (movido por querelas pessoais) e que, inclusive, deu margem a processo criminal* contra o então candidato ficha-limpa, manchando o conceito construído desde o início da campanha.
(*o caso da carta contra Iédio Rosa “assinada” por Chumbinho)
À suposta “coordenação da campanha”, representada, principalmente, pelos presidentes dos cinco partidos faltou união, inteligência e ação para contornar o totalitarismo e o distanciamento do candidato que evitava participar das reuniões de campanha e “tomou para si” a gestão da fase final da campanha.
Meu palpite para o resultado: de um total de 51856 eleitores, tirando os ausentes (cerca de 15%) Carlindo deverá ser eleito com aproximadamente 17 mil votos, 41% dos votos válidos (se esses chegarem a 41 mil votos, excluídos os brancos e nulos).
Chumbinho deverá ser o segundo colocado com 35% dos votos válidos, aproximadamente 14 mil votos, e Iédio Rosa será o último colocado, com 24% dos votos, aproximadamente 10 mil votos.
Desde o início, os participantes da campanha de Chumbinho apostaram na renovação e na rejeição a Carlindo, como pontos que dariam a vitória ao candidato do PT. E garantiam, inclusive, que Chumbinho só perderia a eleição para ele mesmo.
E, ao final, foi exatamente isso que aconteceu. A inexperiência e a atitude desmotivadora e autoritária do candidato, a aplicação errada dos recursos financeiros, a inércia, a falta de visão e as ações “estranhas” de “parte da coordenação da campanha” fizeram Chumbinho chegar em segundo lugar.
Ricardo Cox - São Pedro da Aldeia, 05 de outubro de 2008.
O resultado oficial: Carlindo 16323 votos Chumbinho 14302 votos Iédio Rosa 9602 votos (40227 votos válidos)
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quarta-feira, 12 de agosto de 2009
Eleições a Prefeito de Cabo Frio 2000 - crônica de um resultado anunciado
Cabo Frio, 25 de setembro de 2000.
Às vésperas da eleição para Prefeito e Vereador em 2000, essa é uma tentativa de traçar um quadro da situação política de Cabo Frio, no que diz respeito à imagem e propaganda dos candidatos.
A eleição para prefeito, em 1 de Outubro, reúne dois candidatos tradicionais na cidade Alair Corrêa e José Bonifácio. São dois políticos experientes que se enfrentam pela terceira vez. Nas duas anteriores, o candidato do PDT, José Bonifácio levou a melhor. Mas os tempos eram outros. Em 20 anos, Cabo Frio passou de 60 mil para 125 mil habitantes. Mudaram os conceitos sobre esses mesmos candidatos e as formas de comunicação e marketing político.
Na eleição anterior, em 1996, o atual prefeito Alair Corrêa venceu Paulo Massa, candidato apoiado por José Bonifácio e a máquina da Prefeitura, por uma margem de 5 mil votos. Num colégio eleitoral de cerca de 68 mil votos, Alair teve, aproximadamente, 23 mil contra quase 18mil votos de Paulo Massa.
A Campanha de 1996
Àquela época, a imagem de Alair e de José Bonifácio, como prefeito, eram diferente das de hoje. Havia um “senso comum”, que o então Deputado Estadual Alair Corrêa, não realizara uma boa administração quando esteve à frente da prefeitura de 1982 a 1988. Hoje, o atual prefeito (Alair), após um trabalho intenso na propaganda de sua administração, teve diminuído seu índice de rejeição.
Por outro lado, enquanto José Bonifácio foi considerado um bom administrador em sua primeira oportunidade como prefeito, o saldo de sua segunda administração (de 1992 a 1996) lhe era negativo naquele momento (1996). Por não dar importância à divulgação na mídia das ações da Prefeitura, José Bonifácio negligenciou a captação de imagens para construir o “seu marketing” e também não aproveitou a oportunidade da campanha de seu candidato, Paulo Massa, para apresentar as realizações de sua administração.
Por sua vez, Alair Corrêa, após sua experiência no legislativo, fez novos acordos políticos e tratou de se empenhar na mudança de sua imagem. Sua campanha à prefeito, em 1996, se esmerou na apresentação da imagem do candidato e de suas propostas. A propaganda no programa político de Alair se baseou em muitas imagens e depoimentos em vídeo, além de “maquetes”, em computação gráfica, na apresentação de seus projetos para a cidade. Tudo isso era necessário para reverter a rejeição de parte do eleitorado que, apesar de não aplaudir a gestão de José Bonifácio, não acreditava que Alair pudesse realizar um bom governo.
1996 a 2000- Colhe quem planta, mas quem não planta...
Após a vitória nas urnas, em uma eleição que envolveu e mobilizou a população, o prefeito Alair Corrêa, além de captar as imagens da “cidade que José Bonifácio deixou”, tratou de continuar a registrar todos os seus passos e ações através de imagens em vídeo.
Enquanto isso, José Bonifácio saiu da Prefeitura sem ter registrado, quer seja em fotos ou vídeo, “uma só imagem aproveitável” do que realizara como prefeito. E durante quatro anos, o grupo político de José Bonifácio não se preocupou com marketing ou propaganda. A chamada Oposição não produziu ou apoiou um jornal, ou programa de rádio, que pudessem apresentar uma visão crítica da situação política. Da mesma forma, José Bonifácio não cuidou de conseguir o registro de uma imagem sequer da atuação e dos erros de Alair Corrêa à frente da prefeitura de Cabo Frio.
1998: o “caixote elétrico“
De mini-comícios, em cima de um caixote, em 1972, José Bonifácio concebeu, para a sua campanha a deputado, em 1998, o Bonimóvel: uma pequena “pick-up”, com sistema de som amplificado. Tendo dispensado orientação especializada, José Bonifácio tratou de repetir a velha forma de sua primeira campanha a prefeito, discursando sozinho nas praças públicas de diversas cidades da região.
O resultado: na campanha a deputado de 1998, de um total de cerca de 17 mil votos alcançados no total, José Bonifácio conseguiu menos de 8 mil votos em Cabo Frio. Enquanto isso, apoiado por Alair, de um total de 24 mil votos, Marquinho Mendes teve cerca de 16 mil votos só em Cabo Frio: o dobro dos votos conseguidos por José Bonifácio, prefeito da cidade em duas ocasiões.
A Campanha de 2000
Para essa eleição, novamente os dois candidatos se encontram. Mas com conceitos e imagem diferentes. Alair, sem precisar se descompatibilizar, tem o domínio da máquina da prefeitura e cerca de mais de 160 candidatos a vereador numa coligação de 13 partidos. O seu arsenal de imagens é rico, englobando as imagens da campanha anterior e todas as realizações de seu atual governo.
Do outro lado, José Bonifácio tem cerca de 140 candidatos a vereador, numa coligação que reúne 10 partidos, e a participação, em seu programa político, do Governador Garotinho. Porém sua campanha na TV não dispõe de imagens em vídeo, seja para mostrar os pontos fortes do candidato do PDT, seja para apontar os erros da atual administração.
A televisão é, ainda, o veículo de comunicação mais importante nesta campanha. Não só pela sua abrangência instantânea, mas também pela contundência áudio-visual. Nos 22 dias de programas reservados à campanha para prefeito na TV, José Bonifácio e Alair Corrêa, tiveram cerca de 1980 minutos (para apresentarem suas idéias e propostas. Tomando por base um valor médio de R$ 553,00, referente ao custo de um comercial de 30 segundos nos horários equivalentes da TV Alto Litoral, o tempo referente aos programas da campanha representaria um custo total de aproximadamente R$ 2.200.000,00 (Dois milhões e duzentos mil reais) divididos na proporção de 2 (Alair) para 1 (José Bonifácio).
O Resultado:
Quem trabalhou seu marketing apostando tanto na forma quanto em seu conteúdo:2
Quem negligenciou a força da imagem em sua propaganda:1
Salvo a surpresa de um fato muito importante e crucial, esse (Alair 2 X 1 Zé Bonifácio) deverá ser o resultado da eleição à Prefeitura em Cabo Frio.
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OBS.: O resultado do TSE: Alair 38.282 votos e José Bonifácio 21.671 votos (aprox. 2X1)
Às vésperas da eleição para Prefeito e Vereador em 2000, essa é uma tentativa de traçar um quadro da situação política de Cabo Frio, no que diz respeito à imagem e propaganda dos candidatos.
A eleição para prefeito, em 1 de Outubro, reúne dois candidatos tradicionais na cidade Alair Corrêa e José Bonifácio. São dois políticos experientes que se enfrentam pela terceira vez. Nas duas anteriores, o candidato do PDT, José Bonifácio levou a melhor. Mas os tempos eram outros. Em 20 anos, Cabo Frio passou de 60 mil para 125 mil habitantes. Mudaram os conceitos sobre esses mesmos candidatos e as formas de comunicação e marketing político.
Na eleição anterior, em 1996, o atual prefeito Alair Corrêa venceu Paulo Massa, candidato apoiado por José Bonifácio e a máquina da Prefeitura, por uma margem de 5 mil votos. Num colégio eleitoral de cerca de 68 mil votos, Alair teve, aproximadamente, 23 mil contra quase 18mil votos de Paulo Massa.
A Campanha de 1996
Àquela época, a imagem de Alair e de José Bonifácio, como prefeito, eram diferente das de hoje. Havia um “senso comum”, que o então Deputado Estadual Alair Corrêa, não realizara uma boa administração quando esteve à frente da prefeitura de 1982 a 1988. Hoje, o atual prefeito (Alair), após um trabalho intenso na propaganda de sua administração, teve diminuído seu índice de rejeição.
Por outro lado, enquanto José Bonifácio foi considerado um bom administrador em sua primeira oportunidade como prefeito, o saldo de sua segunda administração (de 1992 a 1996) lhe era negativo naquele momento (1996). Por não dar importância à divulgação na mídia das ações da Prefeitura, José Bonifácio negligenciou a captação de imagens para construir o “seu marketing” e também não aproveitou a oportunidade da campanha de seu candidato, Paulo Massa, para apresentar as realizações de sua administração.
Por sua vez, Alair Corrêa, após sua experiência no legislativo, fez novos acordos políticos e tratou de se empenhar na mudança de sua imagem. Sua campanha à prefeito, em 1996, se esmerou na apresentação da imagem do candidato e de suas propostas. A propaganda no programa político de Alair se baseou em muitas imagens e depoimentos em vídeo, além de “maquetes”, em computação gráfica, na apresentação de seus projetos para a cidade. Tudo isso era necessário para reverter a rejeição de parte do eleitorado que, apesar de não aplaudir a gestão de José Bonifácio, não acreditava que Alair pudesse realizar um bom governo.
1996 a 2000- Colhe quem planta, mas quem não planta...
Após a vitória nas urnas, em uma eleição que envolveu e mobilizou a população, o prefeito Alair Corrêa, além de captar as imagens da “cidade que José Bonifácio deixou”, tratou de continuar a registrar todos os seus passos e ações através de imagens em vídeo.
Enquanto isso, José Bonifácio saiu da Prefeitura sem ter registrado, quer seja em fotos ou vídeo, “uma só imagem aproveitável” do que realizara como prefeito. E durante quatro anos, o grupo político de José Bonifácio não se preocupou com marketing ou propaganda. A chamada Oposição não produziu ou apoiou um jornal, ou programa de rádio, que pudessem apresentar uma visão crítica da situação política. Da mesma forma, José Bonifácio não cuidou de conseguir o registro de uma imagem sequer da atuação e dos erros de Alair Corrêa à frente da prefeitura de Cabo Frio.
1998: o “caixote elétrico“
De mini-comícios, em cima de um caixote, em 1972, José Bonifácio concebeu, para a sua campanha a deputado, em 1998, o Bonimóvel: uma pequena “pick-up”, com sistema de som amplificado. Tendo dispensado orientação especializada, José Bonifácio tratou de repetir a velha forma de sua primeira campanha a prefeito, discursando sozinho nas praças públicas de diversas cidades da região.
O resultado: na campanha a deputado de 1998, de um total de cerca de 17 mil votos alcançados no total, José Bonifácio conseguiu menos de 8 mil votos em Cabo Frio. Enquanto isso, apoiado por Alair, de um total de 24 mil votos, Marquinho Mendes teve cerca de 16 mil votos só em Cabo Frio: o dobro dos votos conseguidos por José Bonifácio, prefeito da cidade em duas ocasiões.
A Campanha de 2000
Para essa eleição, novamente os dois candidatos se encontram. Mas com conceitos e imagem diferentes. Alair, sem precisar se descompatibilizar, tem o domínio da máquina da prefeitura e cerca de mais de 160 candidatos a vereador numa coligação de 13 partidos. O seu arsenal de imagens é rico, englobando as imagens da campanha anterior e todas as realizações de seu atual governo.
Do outro lado, José Bonifácio tem cerca de 140 candidatos a vereador, numa coligação que reúne 10 partidos, e a participação, em seu programa político, do Governador Garotinho. Porém sua campanha na TV não dispõe de imagens em vídeo, seja para mostrar os pontos fortes do candidato do PDT, seja para apontar os erros da atual administração.
A televisão é, ainda, o veículo de comunicação mais importante nesta campanha. Não só pela sua abrangência instantânea, mas também pela contundência áudio-visual. Nos 22 dias de programas reservados à campanha para prefeito na TV, José Bonifácio e Alair Corrêa, tiveram cerca de 1980 minutos (para apresentarem suas idéias e propostas. Tomando por base um valor médio de R$ 553,00, referente ao custo de um comercial de 30 segundos nos horários equivalentes da TV Alto Litoral, o tempo referente aos programas da campanha representaria um custo total de aproximadamente R$ 2.200.000,00 (Dois milhões e duzentos mil reais) divididos na proporção de 2 (Alair) para 1 (José Bonifácio).
O Resultado:
Quem trabalhou seu marketing apostando tanto na forma quanto em seu conteúdo:2
Quem negligenciou a força da imagem em sua propaganda:1
Salvo a surpresa de um fato muito importante e crucial, esse (Alair 2 X 1 Zé Bonifácio) deverá ser o resultado da eleição à Prefeitura em Cabo Frio.
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OBS.: O resultado do TSE: Alair 38.282 votos e José Bonifácio 21.671 votos (aprox. 2X1)
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